TEXTO DO GOVERNO DO PARANÁ
“Escolas continuam especiais no Paraná
Publicado em 13/10/2013 | BETO RICHA
Não
sei o porquê do impasse criado ou da resistência de parlamentares
petistas em não reconsiderar o projeto do senador José Pimentel (PT-CE)
que obriga o atendimento de alunos com deficiências na escola pública
tradicional, e que está na Comissão de Justiça do Senado.
No
nosso estado, tudo foi resolvido de forma mais simples e mais humana:
as escolas especiais passaram a integrar a rede estadual de ensino,
recebendo a mesma atenção das escolas públicas, os mesmos programas
educacionais e os mesmos recursos financeiros do governo.
A
medida que está sendo proposta pelo governo federal, além de descabida e
desumana, compromete o serviço de qualidade feito pelas Apaes. No
Paraná, temos 415 escolas e instituições de educação especial, a maioria
Apaes, que atendem, com extrema dedicação e qualidade, a mais de 42 mil
alunos de várias idades com algum tipo de deficiência. Com o programa
“Todos pela Educação”, que lançamos no início deste ano e que foi
pioneiro no país, as escolas especiais têm a garantia do pagamento de
professores, da construção e manutenção dos prédios, mobiliário,
transporte, alimentação escolar e do pagamento de despesas com energia e
água. Até o fim deste ano, serão R$ 436 milhões em recursos destinados
para a educação especial.
Nada
mais justo. Afinal, sempre primamos em eliminar qualquer tipo de
discriminação. Tudo o que é destinado à pessoa sem deficiência também
deve ser destinado à pessoa com deficiência. Tudo o que vai para a
escola tradicional do estado tem de ir para as escolas especiais, sem
criar constrangimentos. Trouxemos as entidades de ensino especial para
dentro das ações do estado. Ou seja, a rede pública incorporou a
educação especial, respeitando as suas características.
Temos
a clareza da possibilidade de convivência do sistema inclusivo com a
manutenção das escolas especiais. Por isso, a Resolução 3.600/2011,
agora oficializada, autoriza a alteração do nome das escolas de educação
especial para escolas de educação básica, na modalidade de Educação
Especial. Todas as escolas mantidas pelas Apaes e coirmãs passaram a ser
escolas de educação básica na modalidade de educação especial, podendo
oferecer, além de educação infantil e ensino fundamental, a educação de
jovens e adultos e educação profissional.
Reafirmo
que não sou e nunca fui contra a educação inclusiva. Porém, é preciso
ressalvar que a Constituição Federal previu, em seu artigo 208, inciso
III, a garantia de “atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino” e não, como
querem alguns, exclusivamente na rede regular de ensino.
Para
resumir e acabar com os impasses no Senado é fundamental que seja
restabelecida a redação anteriormente aprovada na Câmara dos Deputados:
universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar
aos(às) alunos(as) com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, preferencialmente
na rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional
especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou
serviços especializados, públicos ou comunitários, nas formas
complementar e suplementar, em escolas ou serviços especializados,
públicos ou conveniados.
Nós, no Paraná, fomos além do que corretamente está proposto e que, aliás, já era reconhecido pela Constituição.
Beto Richa é governador do Paraná.”
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