As
Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) de todo o Brasil
realizam nesta quarta-feira (7) uma mobilização em busca do
reconhecimento como escolas de ensino regular no Plano Nacional de
Educação (PNE), em tramitação no Senado Federal. Representantes da
Federação das Apaes de Santa Catarina estiveram nesta tarde na
Assembleia Legislativa, onde entregaram documento, no qual apresentam
sugestões para a redação do PNE, permitindo o reconhecimento das Apaes
como escolas.
O
texto original do PNE estabelece que os estudantes com deficiência
sejam matriculados no ensino regular, com o objetivo de possibilitar a
inclusão desses alunos na sociedade. As Apaes questionam essa
determinação por acreditarem que as escolas regulares, principalmente as
da rede pública, não estão preparadas para receber os alunos especiais.
“Nosso
objetivo é permitir que os pais possam ter o direito de escolher a
escola que seus filhos vão frequentar”, disse o presidente da Federação
das Apaes de Santa Catarina, Júlio César de Aguiar. “As Apaes já fazem
essa inclusão, ao ensinarem seus alunos, além da alfabetização, a como
se vestirem, tomar banho, pegar um ônibus. Essa é a inclusão que dá
certo”.
O
reconhecimento de entidade como escola regular permitirá que as
associações de todo o Brasil tenham acesso a mais recursos. “Temos um
trabalho desenvolvido há 59 anos, que é referência no mundo em educação.
Mesmo assim, as Apaes ainda enfrentam dificuldades financeiras e
dependem do trabalho de milhares de associados e voluntários para se
manter”.
O
presidente da Assembleia Legislativa, deputado Joares Ponticelli (PP),
demonstrou preocupação com a situação. Ele encaminhou o documento
entregue pela federação à Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, que discutirá o assunto. “Certamente vamos nos manifestar
perante o Congresso para que as Apaes não sejam prejudicadas”, disse.
O
deputado José Nei Ascari (PP), que preside a comissão, destacou a
relevância do trabalho desenvolvido pelas Apaes em todo o estado e
garantiu que a comissão vai se mobilizar entorno do pedido da entidade.
“Vamos fazer pressão para que se tome a melhor decisão em Brasília. Esse
relevante trabalho das Apaes não pode ser prejudicado”.
Em
todo o Brasil, são mais de 2,2 mil Apaes. Só em Santa Catarina, são
193, que atendem 100% dos municípios. Ao todo, são 17 mil alunos
matriculados, cinco mil funcionários, seis mil dirigentes voluntários e
outros 15 mil voluntários, além de milhares de associados.
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